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Fim do SaaS Medíocre: A Ameaça da GenAI aos Produtos Digitais

Assim como todo pequeno empresário, sou obrigado a utilizar várias ferramentas SaaS: Gestão Financeira, Pagamentos, Emissão de NFs, CRM e por aí vai…

Não sei quanto a vocês, sejam empresários ou não, mas nenhum produto SaaS me deixa plenamente satisfeito:

  • a Usabilidade é tosca
  • Dá pau pra caramba
  • Não tenho acesso e controle total sobre meus dados
  • Integrações são pobres, as APIs são frágeis
  • Suporte ao Cliente é lento e não resolve problemas
  • É caro… E pior, alguns têm taxas escondidas!

Na semana passada, me peguei fazendo um Agente IA para automatizar muitas coisas que faço nessas ferramentas, muitos processos manuais que dão trabalho, são chatos e propensos a erros que impactam meus resultados.

Algumas vezes preciso puxar dados de várias telas e APIS e jogar tudo em uma planilha, só para meu processo funcionar e integrar com outras ferramentas. Sou consciente: nada a se comemorar com esse Agente. É uma “gambiarra chique”, como todas as integrações n8n, Zapier e afins.

Duvido muito que em 5-7 anos, com a GenAI, as coisas ainda sejam assim…

"Clube da Luta SaaS vs GenAI Spec-Driven" - criado pelo Nano Banana Pro.
“Clube da Luta SaaS vs GenAI Spec-Driven” – criado pelo Nano Banana Pro

O Fim da “Era de Ouro” do SaaS Medíocre

Se você abrir o LinkedIn dessas empresas agora e olhar o quadro de colaboradores, vai encontrar um verdadeiro exército. São centenas, às vezes milhares de Product Managers, Product Owners, Desenvolvedores, QAs, Cientistas de Dados, UX Researchers, Agile Coaches, Engenheiros de IA e toda a sopa de letrinhas que compõem os processos “modernos”.

Elas são cheias de cacoetes do Vale do Silício: têm Squads, Tribos, “Cultura de Produto”, “Agile”, “Great Place to Work” e palestram em eventos da moda. Uma estrutura faraônica, linda no papel e mórbida na sua natureza.

E aí vem a pergunta de um milhão de dólares (que é provavelmente o custo mensal da folha de pagamento dessa turma): O que diabos essa gente toda está fazendo o dia inteiro?

Do ponto de vista de quem paga a conta – eu, o cliente – o produto está estagnado. Juro, uso alguns desses produtos há anos e, fora algumas mudanças banais que provavelmente só massagearam o ego da equipe de UX, esses produtos não evoluem ABSOLUTAMENTE nada em direção ao meu propósito! Nenhuma funcionalidade que pedi ao longo dos anos foi implementada.

Acredite, eu entendo a dor de administrar uma empresa de produtos. Trabalho nesta área há quase 30 anos. Mudanças no produto dão medo. A organização fica paralisada nos seus segmentos A e B, responsáveis por 70% do faturamento. Fica um mundo de orfãos, milhares de clientes que são “o povinho”.

Passa na cabeça dos PMs: “Atender esse nicho não vai dar retorno e tenho um OKR maroto aqui para esse quarter”.

GenAI veio para ficar: seu Produto está em uma posição frágil…

Você se identificou, mesmo que à revelia? É proprietário, gestor ou profissional de produto de uma empresa assim? Então, anote aí na sua agenda para me cobrar daqui a 5 a 10 anos: o mundo mudou em 2025.

Enquanto vocês brincam de escritório, seguindo gurus de produto, procurando milagres no seu Data Lake, lutando contra silos eternos, preenchendo tickets e medindo Lead Time de funcionalidades que ninguém pediu, um meteoro está cruzando o céu.

Com a GenAI e a evolução brutal de soluções de “coding agents” como o Claude Code, Antigravity e até o Lovable, a barreira de entrada técnica despencou para quase zero. A “complexidade de desenvolvimento”, que servia como um fosso protetor para essas grandes empresas de SaaS, secou.

Isso não é um risco para daqui a 2 anos. É AGORA.

Vão surgir competidores realmente ágeis — “Os Novos Bárbaros”. Não serão grandes corporações, mas times minúsculos, talvez de uma pessoa só. Eles não terão a estrutura pesada, não terão as reuniões intermináveis de alinhamento, não terão vícios Agile e, o mais importante: não terão uma linha sequer de código legado.

Prevejo também o surgimento de plataformas agênticas genéricas “AI First” que vão permitir ao próprio usuário resolver seus próprios problemas sem SaaS específicos. Não é o Lovable, que tenta acelerar o paradigma SaaS, é outra coisa.

Enquanto o seu time de engenharia, sobrecarregado, leva meses refatorando um módulo antigo para implementar uma feature simples, esses novos competidores ou plataformas vão criar soluções do zero, em uma Sprint sua, focadas especificamente naquele nicho de problemas que você ignorou porque “não batia a meta do quarter”.

Eles virão com soluções mais simples, mais robustas, infinitamente mais baratas e 100% adequadas ao que o usuário precisa. A própria GenAI, embutida nestes novos produtos, permitirá uma capacidade de customização virtualmente ilimitada.

Você está em Estado de Negação

Quando em meados de 2012, farejei fragilidades nos Métodos Ágeis e comecei a alertar sobre riscos, como a Gestão Pônei e os custos exorbitantes, virei motivo de chacota no mercado. Aconteceu exatamente o que previ. Em 2016, também antecipei que a IA iria revolucionar a tecnologia.

É natural seu aparato cognitivo proteger suas crenças. Seu cérebro tende a ignorar novas informações que contradizem sua visão de mundo (Daniel Kahneman). Considero minha missão de vida tornar públicas tais informações.

Se eu pudesse ler a mente de muitos proprietários, Heads de Produto e Líderes Técnicos agora, veria uma parede de dissonância cognitiva. Aqui estão as 4 maiores ilusões que os mantêm cegos para o abismo:

  • “Ah, mas essas ferramentas geram código ruim…” A Realidade: Sério? Seu “código artesanal”, remendado por dezenas de devs que já saíram da empresa há 5 anos, é lindo? O cliente não compra “código limpo”, ele compra resultado. A AI corrige bugs mais rápido que seu time abre ticket no Jira.
  • “Somos líderes de mercado! Temos um branding confiável…” – A Realidade: A Nokia também era. A Blockbuster também. No mundo SaaS, lealdade à marca é quase zero quando o produto frustra. Seu NPS não vai te salvar…
  • “O Lock-in dos dados é nossa proteção!” – A Realidade: Manter o cliente porque é difícil sair não é retenção, é sequestro. E a tecnologia pagou o resgate. Agentes de IA migram dados complexos em minutos. Sua barreira de saída evaporou.
  • “Nosso domínio é muito complexo para uma IA…” – A Realidade: Arrogância clássica. Muito do conhecimento já foi commoditizado. O que antes exigia um consultor, agora um Agente faz conversando. Sua “complexidade” não é diferencial, é um obstáculo.

Se eu fosse proprietário ou PM dessas empresas SaaS puramente digitais (sem a barreira logística do mundo físico, como um Uber ou iFood), eu estaria morto de medo. Estaria, literalmente, deitado embaixo da mesa em posição fetal, chorando.

Porque a era de cobrar caro por um software “nota 6” acabou. Foram bons anos…

A Única Trincheira que Sobrou: A Adequação ao Propósito (F4P)

Se a tecnologia virou commodity, o que sobra? Sobra a única coisa que a maioria das empresas de tecnologia ignora há anos: o entendimento profundo do “Porquê”.

Não estou falando de “Personas” bonitinhas com fotos de banco de imagens coladas na parede do escritório (“Maria, 35 anos, gosta de gatos”). Estou falando de Propósito.

Entre seus milhares ou milhões de clientes, você sabe o que é funcionalidade, qualidade e conformidade para cada segmento seu? O seu cliente escolheu você porque você é o mais rápido? Ou o mais seguro? Ou o que dá mais previsibilidade? E quais são as 3 features cruciais que faltam para cada segmento?

Entender propósitos (segmentos) e critérios de adequação claros e objetivos é parte crucial do seu posicionamento e estratégia, algo que deveria ser compreendido e discutido, dos tomadores de decisão até os desenvolvedores e testers. É isso que falta para sua empresa ter foco real no cliente.

Framework Fit for Prupose F4P
Framework Fit for Prupose F4P

O que pode ajudar? Com dica prática…

Vai na base de dados do seu SAC ou nas avaliações do Google, obtenha as reclamações junto com os dados dos clientes. Joguena sua LLM favorita e mande o prompt:

“Atue como um Especialista em Fit for Purpose Framework. Analise esses dados e agrupe os clientes em segmentos baseados por PROPÓSITO (o que eles tentavam fazer). Para cada segmento, identifique quais Critérios de Adequação (Funcionalidade, Tempo, Qualidade, Segurança) não foram atendidos e sugira uma melhoria no produto para cada segmento.”

Acredite, você terá algumas surpresas. Minha opinião é que estes segmentos são os primeiros que sofrerão o “Ataque Bárbaro”.

Como sempre, se você for corajoso o bastante, pode postar esses insights nos comentários ou me mandar em uma mensagem privada. 😉

Descobrir que você está falhando é apenas o primeiro passo. O desafio é transformar esses insights em estratégia: sair da ditadura das “Métricas de Vaidade” para “Métricas de Adequação” (Fitness Metrics) que realmente predizem se o cliente vai voltar amanhã.

Nós somos pioneiros mundiais e ensinamos o Fit For Purpose na prática. Não é teoria acadêmica, é ferramenta de trincheira para sobreviver.

O tempo dos produtos medíocres acabou. O relógio está correndo. Temos uma turma começando na próxima segunda-feira. E este treinamento é ministrado por mim!

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