Tive uma dúvida nos últimos tempos.
Fiquei bem surpreso como nos dois últimos eventos de Java falamos muito sobre Ruby e Rails (TDC e JustJava). Digo isso não nas palestras, mas sim nos bate-papos. Eu confesso! Nos últimos eventos gostei mais das conversas nos intervalos do que das palestras.
A minha dúvida era: “Se num evento de Java se fala muito sobre Ruby, o que se fala num evento de Ruby?”. Para minha surpresa, o que se fala muito num evento de Ruby é BUSINESS. Isso mesmo! O Rails Summit da Locaweb teve muito bate papo sobre negócios e como ganhar dinheiro com software. O que mais me chamou a atenção foi uma “certa aversão” ao termo Agile nas conversas dentro e fora das palestras. O Guilherme Chapiewski ficou meio revoltado quando eu disse que logo vão exigir “Scrum Masters Certificados” nas licitações (sim… eu ouví esse papo nas minhas andanças no Planalto Central). O Shoes foi categórico: “Não falo sobre Agile”. Já com o Vinicius Teles, batemos muito papo sobre negócios, produtos, não trocamos uma palavra sequer sobre Agile. Também estavam presentes muitos outros agilistas, railers, gujeiros, alunos da Aspercom e etc…
Vamos falar das palestras (vou comentar apenas as que me chamaram a atenção OK? Devido a minha agenda não deu para participar de todas também):
Keynote do Chad Fowler
Carl Youngblood (Surgeworks) & Chad Fowler. Foto: Flickr do Helder Ribeiro (cara, não te conheço mas valeu pela foto)
O cara é palestrante profissional. Foi agradável. Fiquei surpreso que ele cortou o cabelão e o barbão. Alguns pontos que achei muito legais:
1. Ele fala muito sobre música. Ele é músico. Toca vários instrumentos e até estudou música. Check this out:
2. Ele nunca estudou academicamente sobre programação. Aprendeu tudo sozinho (como muitas outras pessoas). Para falar a verdade, neste ano ele assumiu que está tomando algumas aulinhas de Erlang.
3. Algumas pessoas para ele são “remarkable”. Para ele, não para mim. Um japa gritando que nem uma gralha e outra japa dançando que nem uma lingüiça na frigideira, não são parâmetros de destaque na minha opinião.
4. “Always use Sharp n’ Dangerous Tools like Dynamic Typing / Monkey Patching”, creio que esse foi o ponto alto da palestra. Nesse mesmo momento ele disse que tipagem dinâmica é coisa para bons programadores, assim como XP. O tom da palestra dele foi “Java é coisa do passado”, e colocou os Javeiros atrás dos PHPeiros (uma coisa que quase reacendeu a inquisição aqui no Débito Técnico quando escreví).
5. Eu e o Chad compartilhamos uma prática: nós usamos geradores de código para nós mesmos. Infelizmente não tive oportunidade de conversar mais com o Chad a respeito disso.
6. Seja o pior programador da sua equipe. Isto é, se você é o melhor você não aprende muita coisa. Se você é o melhor, talvez seria bom você pensar em mudar para uma equipe que tenha pessoas melhores que você para você crescer.
Imaturidade dos Testes com Jay Fields
O Jay Fields foi meio polêmico. Falou algumas coisas meio “revolucionárias” (coisas do tipo: não se apegue a padrões para teste). Teve certo burburinho depois da palestra, mas outros comentários foram legais da parte dele:
1. Trate seu código de teste com o mesmo carinho que você trata o seu código de implementação/produção.
2. Testes são procedurais! Usar objetos como código de teste podem dificultar seus objetivos com o teste. Isso é verdade principalmente para código Java e xUnit.
3. Seu objetivo não deve ser buscar 100% de cobertura de teste, e na opinião do Jay, todas as vezes que ele viu equipes buscando isso tinha alguns testes idiotas no meio disso tudo. O foco deve ser direcionar seus testes para que eles sejam inteligentes. Os testes devem cobrir muito bem as partes essenciais.
4. Todas as ferramentas tem seus prós e seus contras, isso achei muito legal ele citar, pois testes com Selenium, RSpec, xUnit e etc devem ser mesclados nos seus testes, assim como a estratégia (Smoke, Integração, Unidade, Funcional, Aceitação e etc…). Cada um tem as suas particularidades sobre a velocidade ao rodar, legibilidade e facilidade de manter. Ele criticou todas as ferramentas, inclusive o RSpec, mesmo com o David Chelimsky presente!
5. Ele citou outras duas ferramentas que não conhecia: O Synthesis e o Expectations.
Almoço Besteirol Interneteiro
Juntamos numa mesa: Eu, Fabio Kung (Caelum), Bruno Carvalho (Globo), Mauricio Linhares, Guilherme Chapiewski (Globo) e Phillip Calçado Shoes (ThoughtWorks). Falamos muito sobre Testes, Ruby e até Java. Um papo de arquitetos. Eu não tava entendendo muito da conversa.
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Mas a parte legal foram os besteirols da Internet. Só dava a gente rindo alto no salão inteiro. Fomos os últimos a sair. Fica a dica deste site: http://www.tolicesdoorkut.com/.
(não abra isso no seu emprego / sim, a inclusão digital tem seus efeitos colaterais… muito colaterais por sinal)
David Chelimsky – RSpec e BDD
Talvez eu tenha achado um sobrenome mais difícil de escrever que “Chapiewski”. Err… não … Chapiewski ainda é mais difícil. David Chelimsky colocou alguns pingos-nos-is sobre TDD vs BDD. Sim, BDD é mais uma palavra na moda, porém, tem algumas coisas que realmente não são o cerne da TDD e estão incluídas na BDD. De qualquer forma, os princípios são parecidos. A apresentação do David reforçou bastante esses pontos.
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Auditório cheio e prestando atenção em David.
Pedi para ele postar os slides no blog dele. Vamos aguardar!
Vinicius Manhaes Teles – Empreendorismo em Rails
Foi muito legal a apresentação do Vinicius. Não citou nada sobre Agile, o que pode ter frustrado alguns, porém, para mim foi muito bom. Ele palestrou sobre como crescer prestando serviços ou como crescer elaborando produtos. Um toque legal para quem quer um dia ser seu próprio chefe (eu recomendo). Conversamos bastante sobre as estratégias da Improve IT para seus produtos, uma linha que também tento seguir, mas ainda sem tirar o pé de serviços. O problema é que segundo o Vinicius, serviços não escalam, assim como Ruby. (he he he, piadinha).
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Vinicius, eu e o Marcos Tapajós (Improve IT / Surgeworks)
O evento foi excelente! O Fabio Akita está de parabéns, assim como todo o pessoal da Locaweb. Que venha o Rails Summit ’09.
Fala Rodrigo,
Eu também gostei bastante do evento, mas não tinha me tocado que isso foi devido às conversar sobre negócios.
Realmente as pessoas dessa comunidade estão muito preocupadas em entregar software de qualidade. Estão comprometidas com o cliente!
Abraço
Fiquei impressionado com quanto se falou de open-source em geral, testes, business, boas prátricas e agile. A força dessa comunidade é incontestável.