Fonte: Scrum Guide 2020

Fonte: Kanban Guide v.2 2022

O Scrum baseia-se em princípios ágeis. Conforme o Scrum Guide, "Scrum é fundado no empirismo e pensamento lean. O empirismo afirma que o conhecimento vem da experiência e da tomada de decisões baseadas no que é observado. O pensamento lean reduz o desperdício e foca no essencial." 

O Kanban adota uma filosofia de melhoria contínua. O Kanban Guide estabelece que o método "usa uma abordagem de mudança evolutiva, construindo sobre a forma de trabalhar já estabelecida, buscando melhorá-la usando muitas formas de feedback e colaboração." A filosofia Kanban prioriza a evolução gradual sem mudanças disruptivas.

No Scrum, o trabalho é organizado em Sprints com duração fixa. O Scrum Guide especifica que "Sprints são eventos de duração fixa de um mês ou menos para criar consistência. Uma nova Sprint começa imediatamente após a conclusão da Sprint anterior." Este ciclo estruturado permite oportunidades regulares de inspeção e adaptação.

O Kanban não prescreve um ciclo de vida. Ele opera com o fluxo da organização da forma como ele se apresenta hoje com o intuito de evidenciar problemas e melhorá-lo, seja ele Sprints, Cascata ou qualquer outro. Segundo o Kanban Guide: "Os itens de trabalho podem ser de diferentes tipos e tamanhos" e "a série de atividades pelas quais esses itens de trabalho passam é chamada de fluxo de trabalho [...] real". 

O Scrum requer uma estrutura específica de times multifuncionais. O Scrum Guide define que "o Scrum Team consiste em até 10 pessoas ou menos" e deve incluir "um Scrum Master, um Product Owner e Developers." Esta estrutura é fundamental para o funcionamento do framework, sendo que "times menores se comunicam melhor e são mais produtivos."

O Kanban adapta-se à estrutura organizacional existente. Conforme o Kanban Guide, "é importante entender que o Método Kanban é aplicado com seus princípios e práticas sobre um fluxo de trabalho existente e sua forma de trabalhar." O método preserva estruturas atuais, sejam times, departamentos matriciais ou funcionais, evoluindo a estrutura gradualmente.

O Scrum concentra-se no time como unidade fundamental de entrega de valor. O Scrum Guide estabelece que "a unidade fundamental do Scrum é um pequeno time de pessoas, um Scrum Team" focado em "um objetivo por vez, o Product Goal." Todo o framework é construído para otimizar o desempenho e a colaboração da equipe.

O Kanban foca em serviços e pode atender portfólios complexos. O Kanban Guide define que "aplicar o Método Kanban em maior escala, por exemplo, para uma linha de serviço que geralmente engloba o trabalho de múltiplos times ou diferentes partes de organizações, traz oportunidades ainda maiores." O método também gerencia tanto indivíduos (Personal Kanban) quanto times (Team Kanban) na sua forma inicial.

A implementação do Scrum requer a estruturação em times e implementação completa dos papéis definidos. Como especifica o Scrum Guide, "Scrum é simples. Experimente como está e determine se sua filosofia, teoria e estrutura ajudam a alcançar objetivos e criar valor." O framework deve ser implementado integralmente para funcionar adequadamente.

O Kanban adapta-se à estrutura organizacional existente. Conforme o Kanban Guide, "é importante entender que o Kanban inicia com o estado atual e usa STATIK para evolução sistemática". O "Systems Thinking Approach to Introducing Kanban (STATIK)" é "uma abordagem repetível e humana para começar com Kanban." Você inicia a implementação "colando" o Kanban no seu processo atual para detectar problemas e encontrar soluções.

O Scrum define três papéis específicos e obrigatórios para o funcionamento do framework. Conforme o Scrum Guide, "Scrum define três responsabilidades específicas dentro do Scrum Team: os Developers, o Product Owner e o Scrum Master." Cada papel tem responsabilidades claras e complementares, sendo todos essenciais para o sucesso do framework.

O Kanban preserva a estrutura de papéis existente, implementando novos apenas quando necessário. O Kanban Guide estabelece que se deve "começar com o que você faz agora" e "encorajar atos de liderança em todos os níveis." Os papéis tradicionais são mantidos, com adaptações evolutivas conforme a necessidade do contexto organizacional.

O Scrum necessita de frameworks complementares para escalabilidade empresarial. Embora o Scrum Guide não defina práticas de escala, reconhece que "se os Scrum Teams se tornarem muito grandes, eles devem considerar se reorganizar em múltiplos Scrum Teams coesos." Frameworks como Scrum of Scrums, Nexus, LeSS e SAFe foram criados para endereçar essa necessidade.

O Kanban escala naturalmente através de Portfolio Kanban e gestão de dependências no fluxo. O Kanban Guide documenta que "o Kanban sendo utilizado por agências de marketing, recursos humanos, mídias e serviços de design, suporte ao cliente, desenvolvimento de produtos e educação" demonstra sua escalabilidade orgânica sem necessidade de frameworks adicionais.

O Scrum é um framework prescritivo que define regras claras de funcionamento. O Scrum Guide estabelece que "cada elemento do framework serve a um propósito específico que é essencial para o valor geral e resultados realizados com Scrum. Mudar o design central ou ideias do Scrum, deixar de fora elementos, ou não seguir as regras do Scrum, encobre problemas e limita os benefícios do Scrum." Seguir suas regras é fundamental para sua eficácia.

O Kanban é um método evolutivo que se adapta ao contexto existente. Como define o Kanban Guide, "Kanban não é uma metodologia nem um framework de processo. Em vez disso, é um método ou abordagem de gestão que deve ser aplicado a um processo existente ou forma de trabalhar." A evolução gradual é seu diferencial, permitindo adaptação contínua sem mudanças disruptivas iniciais.